O que fazer em Joanesburgo em 2 dias

O que fazer em Joanesburgo em 2 dias

O que fazer em Joanesburgo? Quais os pontos turísticos imperdíveis por lá? Veja aqui a nossa experiência visitando a cidade e a nossa dica para um roteiro de 2 dias fazendo turismo em Joanesburgo.

Com uma população de mais de 4 milhões de habitantes, Joanesburgo, apelidada de Joburg, é a maior cidade da África do Sul, classificada pelas Nações Unidas como uma das 50 maiores áreas urbanas do mundo.

Essa grande metrópole é uma cidade que guarda muita história, que envolve colonização britânica e também o regime do apartheid, que deixou fortes marcas no país até os dias de hoje.

A casa de Nelson Mandela, no Soweto, um dos locais muito visitados pelos turistas que vão a Joanesburgo

O que fazer em Joanesburgo em 2 dias

Veja no mapa abaixo os locais mais turísticos da cidade e por onde passamos durante a nossa visita a Joanesburgo:

Nos 2 dias que passamos fazendo turismo na cidade, conhecemos as seguintes atrações de Joanesburgo:

Soweto

O Soweto (South Western Townships ou Bairros do Sudoeste) faz parte da região metropolitana de Joanesburgo, local onde foi criado um conjunto de bairros para os negros, já que estes não poderiam viver nos mesmos locais que os brancos durante o regime de segregação racial conhecido como apartheid.

A segregação racial existia na África do Sul desde o período colonial, mas, em 1948, foi instituído o apartheid pelo Partido Nacional liderado por um clérigo branco chamado Daniel François Malan. Esse regime durou mais de 45 anos no país.

Pintura em um muro no Soweto que retrata uma cena real de uma mulher sozinha parada entre veículos blindados enquanto eles avançavam para o Soweto. Seus braços estão levantados, os punhos cerrados, acenando e desafiando o inimigo

Foi decretado que indivíduos de raças diferentes não poderiam viver mais no mesmo bairro e havia uma espécie de passaporte para que os negros pudessem circular nas áreas dos brancos (só se fossem empregados das casas de pessoas brancas).

Eles achavam tão legítima a separação por cor que criaram um manifesto eleitoral do Partido Nacional que pregava o seguinte:

“A política da segregação racial se baseia nos princípios cristãos do que é justo e razoável. Seu objetivo é a manutenção e a proteção da população europeia do país como uma raça branca pura e a manutenção e a proteção dos grupos raciais indígenas como comunidades separadas em suas próprias áreas (…)”

O regime privou os negros da cidadania, determinando que os serviços básicos, como educação e saúde, por exemplo, seriam inferiores aos dos brancos. Em decorrência de tais medidas, o Soweto tornou-se centro de resistência anti-racista.

Uma das manifestações mais violentas ocorreu no dia 6 de junho de 1976, quando estudantes marchavam pelo Soweto protestando contra a inferioridade das escolas para negros no país. Dezenas de pessoas foram mortas pela polícia, inclusive um estudante de 13 anos chamado Hector Pieterson, que se tornou símbolo desse massacre, conhecido como o Levante do Soweto.

A imagem do corpo do garoto Hector Pieterson sendo carregado por um operário tornou-se símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul

O Soweto é um local muito interessante para se visitar e entender melhor uma parte da história do país. Sem dúvida que vale muito a pena fazer um tour com um dos guias locais para conhecer um pouco mais da história desse lugar tão simbólico.

No Soweto você poderá andar pela Vilazaki Street e conhecer a casa de Nelson Mandela e de Desmond Tutu, visitar o Museu e Memorial Hector Pieterson, além de entender melhor sobre a história da segregação racial na época do apartheid.

Monumento aos estudantes que foram baleados durante o Levante do Soweto

Apartheid Museum

Como o próprio nome diz, é o museu que conta a história do apartheid no país e faz com que os visitantes entendam como foi a segregação racial que ocorreu na África do Sul, em que as pessoas eram classificadas de acordo com a cor da pele e aparência física.

Os ingressos vendidos na bilheteria do museu são aleatoriamente entregues aos visitantes entre “brancos” e “não-brancos”. O caminho a ser percorrido na primeira sala do museu será diferente de acordo com o que está escrito no seu bilhete.

Ingresso que recebi na bilheteria do museu indicando que eu deveria percorrer o caninho para os brancos na primeira sala do museu

Dentro do museu é mostrado como se deu o regime do apartheid na África do Sul, com a classificação das raças, a segregação, os movimentos sociais e políticos que deram origem ao apartheid, a violência durante o regime, as diferenças gritantes entre as vidas dos negros e brancos naquele período, a ascensão da consciência negra para lutar contra o regime, as execuções e torturas dos oponentes do governo até o fim do apartheid.

O museu é grande e há muitas salas que contam não só sobre o regime em si, mas também sobre a descoberta do ouro em Joanesburgo, que atraiu migrantes de outras partes do sul da África e de outros países, além da história de Nelson Mandela como figura central na mudança para uma democracia, quando os negros e brancos finalmente têm os mesmos direitos constitucionalmente garantidos.

Para quem se interessa pelo assunto, sugiro que separe pelo menos 1 hora e meia para percorrer as salas do museu, pois há muita informação detalhada sobre esse período tão marcante da história do país. Não tem como não sair de lá sem ficar fã de Nelson Mandela!

Gold Reef City 

Perto do Apartheid Museum, está localizado Gold Reef City, um complexo que abriga hotéis, restaurantes, cassino, um parque de diversões e uma mina de ouro.

Como estávamos com um bebê de colo, nem nos arriscamos a perder muito tempo por lá, já que não teríamos nem possibilidade de entrar no cassino.

 

Passeamos em Joanesburgo utilizando o ônibus turístico, sightseeing bus, que é uma mão na roda, principalmente se considerarmos as distâncias entre as atrações o clima de insegurança na cidade.

Gold Reef City é um dos pontos de parada para os turistas e passamos por lá durante o tour no ônibus de turismo.

Constitution Hill

Constitution Hill é a sede do Tribunal Constitucional da África do Sul que abriga também um grande museu que, no passado, funcionava como prisão.

O grande complexo está dividido em quatro partes: o forte antigo, a cadeia feminina, o bloco prisional número 4 e o Tribunal Constitucional.

Embora seja possível passear pelas salas do Tribunal, o ponto alto do passeio é a prisão, pois dentro dela podemos ver a sua estrutura como era no passado, onde os presos (homens, mulheres e até crianças) viviam em condições desumanas.

Andamos pelas celas comuns e as solitárias, mostrando como aqueles presos viviam em péssimas condições.

Do lado esquerdo: as solitárias e as celas comuns comuns onde os presos dormiam no chão; no centro: os banheiros eram totalmente expostos; do lado direito: o vaso sanitário dentro da cela comum e as telas de segurança para que os presos não conseguissem escapar

O que nos chamou muito a atenção foi um painel que informava a dieta diária de cada preso, e o assustador é que o tipo de alimento dado a cada um variava de acordo com a raça do preso (brancos, “de cor” e asiáticos e africanos).

Os presos brancos tinham uma alimentação um pouco mais equilibrada, com pães, vegetais, carnes, açúcar e sal, por exemplo, enquanto os negros muitas vezes nem tinham direito a alguns desses alimentos. Só para exemplificar essa disparidade na alimentação, no Natal de 1960, os presidiários brancos foram presenteadas com um pedaço de bolo ou pudim enquanto os negros receberam de presente uma caneca de café ou chá com um pouco de açúcar.

Essa prisão ficou muito famosa por causa de prisioneiros políticos que foram levados para lá, como Nelson Mandela e Mahatma Gandhi.

Frase famosa de Gandhi: “Um homem é apenas o produto de seus pensamentos; o que ele pensa, ele se torna.”

Carlton Center

O Carton Center é um arranha-céu de 50 andares de onde se tem uma vista panorâmica da cidade. Está entre os pontos de visita dos turistas que vão a Joanesburgo, e nós quisemos subir para conferir.

A vista não é nada do outro mundo, mas o valor para subir no edifício é relativamente baixo e vale a pena para quem curte ver cidades do alto.

Joanesburgo vista de cima do Carlton Center

O grande detalhe é que só recomendamos ir até lá se for de sightseeing bus, pois a área onde está o prédio é bem barra pesada, de tal modo que os funcionários do ônibus turístico perguntam com antecedência se algum turista pretende saltar para visitar o edifício.

Fazendo tour no ônibus turístico em Joanesburgo

E no alto do Carlton Center

Não recomendo ninguém andar pela área ao redor do edifício sem que esteja acompanhado de um guia local justamente por ser conhecia como uma zona de insegurança. Quando estivemos lá, o guia do ônibus nos levou até o alto do prédio e ficou conosco o tempo inteiro e depois voltou com a gente ao ponto até entrarmos todos juntos no próximo ônibus.

Nelson Mandela Square

Nelson Mandela Square é um complexo de lojas e restaurantes sofisticados, onde há uma estátua bem grande do ex-presidente Nelson Mandela, que dá o nome ao local.

O complexo está localizado em Sandton, uma das áreas mais recomendadas para que os turistas se hospedem na cidade por ser considerado um dos “bolsões de segurança” em Joanesburgo.

É um local relativamente seguro e que dá para caminhar com uma certa tranquilidade. Nós paramos lá para jantarmos no nosso primeiro dia em Joanesburgo e encontramos uma boa variedade de restaurantes lanchonetes.

Muita atenção para os horários de funcionamento das lojas, que fecham bem cedo, principalmente se compararmos aos horários de lojas e restaurantes no Brasil.

Melrose Arch

Localizado no subúrbio de Joanesburgo, Melrose é uma área considerada um dos bolsões de segurança da cidade. Por lá vemos uma face da cidade completamente diferente dos locais por onde passamos anteriormente.

É um local descolado, bem urbanizado, formado por um complexo de lojas, hotéis, restaurantes, bares e cafés muito agradáveis, onde temos a sensação de estar andando em algum bairro de um país muito desenvolvido.

Urbanização impecável de Melrose Boulevard

Foi muito estranho passear pelo centro de Joanesburgo na companhia dos guias do ônibus turístico e depois poder visitar um local como Melrose, onde podíamos andar tranquilamente sozinhos.

Gostamos muito do bairro, inclusive é um dos locais recomendados para os turistas se hospedarem, mão não vou negar que é triste ver tanta desigualdade social a poucos quilômetros de lá.

Rosebank

Considerada outra zona segura, Rosebank é um subúrbio residencial e comercial de Joanesburgo onde os turistas podem caminhar com mais tranquilidade.

Nessa área há shoppings centers, hotéis de luxo, restaurantes, bares, cafés e casas noturnas.

Chegamos ao local porque era ponto de partida do nosso ônibus turísticos e deixamos para explorar o local no final da tarde, após um dia intenso de passeios.

Vale a pena visitar o Mercado de Artesanato Africano (The African Craft Market) localizado no Rosebank Mall. Neste local encontramos várias lembrancinhas muito bem feitas com valores relativamente acessíveis.

A feirinha de artesanato em Rosebank

Assim como Melrose, é um local muito indicado para os turistas ficarem hospedados não só pela facilidade de locomoção mas, sobretudo, pela segurança.

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Ama animais, viagens e gastronomia, sempre tentando conciliar suas três paixões. Andou por mais de 60 países e está sempre programando a próxima viagem. O destino? Depende das promoções de passagens aéreas!

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