Vai a Manaus? Que tal um passeio de barco?

Vai a Manaus? Que tal um passeio de barco?

Pretende conhecer Manaus e gostaria de fazer algo diferente? Pois é, além da visita aos principais pontos turísticos da cidade – que dá para fazer em um ou dois dias – há uma série de empresas que oferecem passeios de barco que duram praticamente o dia inteiro! Sinceramente? A nossa visita à capital da Amazônia não teria sido tão interessante se não tivéssemos feito esse passeio.

Não que Manaus não tenha muita coisa legal para ver. Pelo contrário! A cidade é muito interessante e tem o teatro mais bonito que conhecemos aqui no Brasil. Mas se você, assim como a gente, gosta da natureza e de ecoturismo, a possibilidade de passar um dia em contato com a diversidade da flora e da fauna na Amazônia fará o seu passeio inesquecível!

Sabíamos da existência desses tours, mas, antes da viagem, esquecemos de pesquisar quais as empresas mais recomendadas. Chegamos a Manaus e fomos logo fazer o passeio pelas atrações turísticas da cidade.

➡️ Veja aqui detalhes dos nossos passeios em Manaus!

Logo depois que fizemos uma visita guiada no Teatro Amazonas, demos uma volta ao redor do teatro e vimos alguns senhores oferecendo passeios de barco – todos eles estavam com crachás de autorização para venda desses passeios turísticos. Ali mesmo, perguntamos valores, itinerário e o tudo que estava incluso. Não demoramos 5 minutos e, após chorar um pouco para o preço baixar, fechamos o passeio para o dia seguinte.

Andando pelo centro da cidade, ao redor do porto, vimos também muitas outras pessoas vendendo o passeio. Os valores, no entanto, pareciam ser tabelados. Uma coisa é certa: se você pechinchar é possível conseguir um bom desconto!

Como não tínhamos indicação de nenhuma empresa, não víamos outra opção que não fossem com aquela pessoa. E foi assim que deixamos uma parte do valor e pegamos o recibo para comprovar no dia seguinte.

Conforme o combinado, eles nos pegaram no hotel de manhã cedo e nos levaram diretamente para o porto. Lá, na posse do recibo, mostramos ao senhor responsável que nos levou até o barco.

Esse foi o barco onde fizemos o passeio!

Preparados para a aventura!

Tudo começou com um simpático senhor que se apresentou pelo microfone como o guia daquela embarcação. O barco começou navegando na frente da orla de Manaus e o nosso guia fez diversas explicação sobre aquela parte da cidade. Seguimos pelo Rio Negro em direção ao Encontro das Águas, que é onde ele se junta ao Rio Solimões.

O curioso é que o rio Negro, de cor preta,  corre ao lado do rio Solimões, de cor marrom, e as águas não se misturam!!! É isso mesmo! Você consegue visualizar nitidamente os dois rios correndo lado a lado – por mais de 6km!

Encontro das águas

Dá para ver a diferença de cores? São os rios Negro e Solimões, que não se misturam!

Esse fenômeno, que acontece na confluência dos rios, ocorre por causa da diferença entre a temperatura e densidade das águas, além de ter influência também da velocidade das correntezas. Nem se dê ao trabalho de tentar jogar a água de um rio no outro, pois eles não vão se misturar. Mas turista é tudo igual, né? rss

A segunda parada foi em uma comunidade ribeirinha (pessoas que moram em casas de palafitas sob os rios). Muitos vivem basicamente do turismo, com a venda de artesanatos, mas vimos também alguns restaurantes flutuantes. Apesar dos turistas adorarem ver esse estilo de vida diferente, é interessante que as pessoas saibam que muitos ribeirinhos estão à margem da sociedade e carecem de serviços básicos, como saneamento e assistência médica, por exemplo. Isso sem falar no sofrimento que eles passam na época de enchentes, quando as águas dos rios invadem suas casas.

Comunidadas ribeirinhas Amazônia

Comunidade ribeirinha

Restaurantes flutuantes

Restaurantes flutuantes

Sem dúvida que é importante ter contato com essas pessoas, até mesmo pela experiência de conhecer comunidades diferentes das que estamos habituadas a ver nas cidades e que é tão comum nos estados que fazem parte da Amazônia.

Após essa curta visita, fomos em direção a outra comunidade ribeirinha para ter o contato direto com animais locais. Essa foi a parte da viagem que nós não ficamos à vontade. Assim que o barco atraca, os montes de turistas descem e começam a carregar animais como a preguiça, jacaré e cobra. No impulso do momento, cheguei até tocar na preguiça mas depois comecei a me incomodar com aquela situação.  Fiquei imaginando como deve ser torturante para aqueles animais ficar passando pelas mãos de não sei quantas pessoas, que chegam falando alto e que só querem tirar foto com eles e depois partir. Realmente, não gostei.

Até entendo que as pessoas daquela comunidade vivam disso, pois muitos visitantes dão dinheiro pela oportunidade de tirar foto com os bichinhos, mas aquilo não me fez bem. Mais uma vez eu me coloquei do lado dos animais, que não são domesticados e devem ficar livres na natureza.

Seguindo viagem, vimos paisagens belíssimas, pássaros voando e uma fauna que só encontramos lá. Quem nunca ouviu falar da Vitória-régia? Vimos bastante nessa viagem!

A vegetação amazônica

Vitória Régia

Vimos Vitória-Régias de perto!

Após esse contato próximo com as populações amazônicas e com a fauna e flora, era hora da pausa para o almoço! Fomos almoçar em um restaurante flutuante que servia uma comida típica D-E-L-I-C-I-O-S-A!!! Tudo bem que eu já estava morrendo de fome, mas não posso negar que o tempero da comida do norte do Brasil é sucesso!

O restaurante onde almoçamos

O restaurante onde almoçamos

Comidinha de primeira!

Comidinha de primeira!

Assim que o nosso barco chegou ao restaurante, vimos turistas de outros tours que tinham acabado de almoçar, voltando a seus barcos e o nosso sendo liberado para finalmente matarmos quem estava nos matando! Os espaço era bem amplo, as mesas estavam limpas e a variedade de comida era ótima. O almoço já está incluso no valor pago pelo passeio, mas as bebidas são pagas por fora. Por isso, é bom levar dinheiro, embora eu tenha visto que eles também aceitavam cartão.

Foi nessa parada do restaurante que o nosso guia cobrou a outra parte que faltávamos pagar (lembra que eu disse que tínhamos pago um valor para garantir o passeio no dia anterior?). Então faltava a outra metade.

Voltando a falar do restaurante, a comida é farta e há pessoas repondo o tempo todo. Não faltou para ninguém. Nesse mesmo local, há banheiros e lojinhas de artesanato, só que o que mais gostamos mesmo foi ver os macacos soltos brincando com os turistas!

Artesanato da Amazônia

O lindo artesanato local!

Fauna da Amazônia

A macacada reunida! 🐒🐒🐒

Todo mundo de barriga cheia, era hora de continuar o passeio. Ou você acha que acabaria por aqui???

Passamos pelos igarapés que, no meu pobre conhecimento, diria que são uns caminhos bem estreitos pelo rio, rodeados  pela vegetação, e que normalmente são tão estreitos que só podem ser navegados por canoas e pequenas embarcações.

Entrando nos igarapés

Entrando nos igarapés

E assim chegamos à penúltima parte da viagem, onde pudemos ter a chance de nadar com os botos. Confesso que fiquei bem animada com essa interação, afinal, os botos são livres e vão ali porque o pessoal joga comida para eles. O guia até falou que é feito um trabalho com pessoas com necessidades especiais e os botos, e que os resultados são muito bons para aquelas pessoas.

Nesse parte do passeio, só cai na água quem quiser, mas antes é necessário colocar coletes salva-vidas.

Assim que mergulhamos, o instrutor pediu para que formássemos um círculo e disse que poderíamos passar as mãos nos botos de leve, mas que evitássemos pegar demais neles. Ele jogou alguns peixes crus e logo chegaram as grandes atrações!

Mergulho com botos

O instrutor alimentando o boto

Amando tudo isso!

O boto é um animal inteligente e que se relaciona bem com os humanos, entretanto, aquele é o lugar deles, não nosso. Por isso que devemos fazer exatamente o que o instrutor manda.

Como nem tudo são flores, um dos turistas do nosso barco resolveu montar no boto, o que deixou o instrutor muito chateado – com razão!!! As regras foram dadas em alto e bom som a todos, para preservar não só a vida marinha, como a nossa própria segurança. Infelizmente, ainda falta consciência por parte dos turistas.

O último ponto de parada do passeio foi a Reserva São João do Tupé, onde tivemos o contato direto com índios da etnia Dessana, assistindo a uma apresentação de dança e música típica. Eles vivem muito próximos a Manaus e são completamente integrados, sem nenhuma diferença das pessoas que moram na cidade. A diferença é que eles mantêm a tradição de seus antepassados, muito importante para que a cultura Dessana não desapareça.

Chegando à Reserva São João do Tupé

Chegando à Reserva São João do Tupé

Índios Etnia Dessana

Índios da etnia Dessana fazendo apresentação

Dança Dessanos

Dança entre índios e índias Dessanos

Foi uma experiência e tanto visitar, pela primeira vez, ao vivo, uma “tribo indígena”. Claro que a mensagem que se quer passar é sobre o respeito e a preservação dos povos indígenas, apesar de nem todos os turistas terem entendido o objetivo daquele passeio. Lógico que eles querem também vender o artesanato produzido na reserva, mas, como todos os humanos, eles merecem ser respeitados.

Digo isso porque fiquei indignada como, em pleno século XXI, turistas ainda fazem brincadeiras totalmente sem graça sobre as vestes dos índios. Vimos alguns adultos que estavam no mesmo barco que a gente fazendo piadas sobre os seios expostos das índias. Isso faz parte da cultura deles e não há motivo algum para se fazer gracinha.

O pajé Raimundo, líder da tribo, comandava o ritual e falava na língua mãe da etnia. No final da apresentação, se mostrou disposto a tirar as fotos com os visitantes.

Com o Pajé Raimundo

Com o Pajé Raimundo

Já era final de tarde e o passeio estava prestes a terminar. Seguimos em direção ao porto, onde uma van nos esperava para levar de volta ao hotel.

Como disse no início do post, esse passeio de barco enriqueceu a nossa primeira visita ao Amazonas. Foi a oportunidade de ter um contato “mais próximo” com a natureza (de uma das maiores floresta tropicais do mundo) e com pessoas que vivem na região, tão brasileiros como a gente – na verdade, eles foram os primeiros habitantes da nossa terra!

Dicas:

  • vá com roupas leves e leve também uma sandália de borracha com você (estilo havaianas);
  • leve uma toalha, você pode querer nadar com os botos;
  • leve repelente e protetor solar;
  • não esqueça de levar algum dinheiro para as bebidas e caso queira comprar artesanato;
  • lembre que somos meros espectadores e devemos respeitar a natureza e as pessoas daquele lugar!

Gostamos tanto do passeio que vamos passar o contato da pessoa que nos agenciou. Os números são os que estavam no cartão que ele nos deu e não sei se continuam os mesmos. Mas quem sabe, né? O nome dele é Laércio e os telefones são: (92) 9200-4343/ (92) 8208-0352.

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Ama animais, viagens e gastronomia, sempre tentando conciliar suas três paixões. Andou por mais de 60 países e está sempre programando a próxima viagem. O destino? Depende das promoções de passagens aéreas!

12 Comentários

  1. Olá Gabriela, obrigada pelo relato detalhado e maravilhoso. Pretendo fazer essa viagem com uma amiga alemã e como vc disse, os estrangeiros sempre visam essa região do Brasil, q eu, enquanto brasileira, ainda não conheço. Vc saberia me dizer se há algum passeio no qual entramos mesmo na floresta com barcos pequenos pra realmente ver a fauna típica? Mas sem essa questão da exploração animal, que eu realmente não curto. Caso possa me ajudar, agradeço muito. Abraços!

  2. O Norte sempre encantador e muito peculiar, sua gastronomia segue uma tendência de ancestralidade muito característica e de uma riqueza incomparável, utiliza-se muito um ingrediente BRASILEIRO o aipim!!!! Região muito interessante!!!!

  3. Estive em Manaus em dezembro de 2014, fiz esse mesmo passeio de barco, pesquei pirarucu tbm.
    Não vejo a hora de voltar.
    foi inesquecível.

  4. Oi Gabriela,

    Outro post magnífico e bem redigido sobre a minha terra natal, parabéns!
    Amazônia é um mundo à parte, ainda preservamos a nossa cultura, crenças e mitos enriquecendo ainda mais o nosso Brasil, que não se esgota com tanta diversidades.
    Fico feliz que tenham gostado de Manaus, e sinceramente espero que mais brasileiros possa ter essa experiência que vocês tiveram!
    Um forte abraço com cheirinho de cupuaçu pra vocês

    • Olá, Luciana!
      Como eu pude passar mais de 30 anos da minha vida sem ter conhecido a Amazônia?? Amamos cada a coisa: a história de Manaus, arquitetura, a natureza, cultura e, claro, a comida! O cupuaçu está entre as minhas frutas favoritas: yummy, yummy!!
      Sorte daquele que teve a oportunidade de visitar uma das maiores riquezas do nosso país!
      Fico feliz em saber que gostou do post 😉
      Obrigada pela mensagem!

  5. Tenho imensa curiosidade em relação à Amazónia (e ao Brasil em geral), e um dia vou fazer uma viagem por essas paragens! Enquanto não vou, fico por aqui em Portugal a ler as vossas viagens 🙂 Achei muito interessante o facto dos rios não se misturarem! Ao vivo deve ter grande impacto.

    Infelizmente, há turistas sem consciência em todo o lado…

    • Olá, Catarina!!
      Essa parte do Brasil é muito procurada pelos estrangeiros, justamente pelo apelo da mídia internacional em torno da Floresta Amazônica e dos povos indígenas. Sabia que uma grande parte da população brasileira não conhece essa região?
      Fico feliz de ter tido essa experiência e encorajo todos a conhecerem esse lindo pedaço do Brasil.
      Venha assim que puder – o nosso país muito hospitaleiro!
      Muito obrigada pela mensagem 😉