O primeiro dia de passeio pelo Vale Sagrado dos Incas incluiu os seguintes locais: Tipon, Pikillaqta, Andahuaylillas (que é pago à parte), Pisac, Tambomachay, Puka Pukara, Q’enqo e Saqsayhuaman. Partimos de manhã cedo de Cusco em nosso carro e só retornamos no final da tarde.
*******************
Para visitar esses locais é necessário adquirir o boleto turístico antecipadamente.
********************
Para compreender a importância de cada um dos sítios é essencial estar com um guia ao lado, do contrário, o passeio pode se tornar um vazio em ruínas.
Muitos turistas fazem o passeio pelo Vale Sagrado em apenas 1 dia, mas preferimos conhecer todos os locais em 2 e tivemos que correr para ver tudo! Uma coisa é fato: NÃO tem como visitar todo o Vale Sagrado em um único dia.
Índice
Vale Sagrado: Tipon, Pikillaqta, Pisac, Tambomachay, Puka Pukara, Q’enqo, e Saqsayhuaman
O que é o Vale Sagrado dos Incas?
O que conhecemos como Vale Sangrado dos Incas são vários sítios arqueológicos localizados em pequenos povoados nos Andes peruanos (próximos à cidade de Cusco) que, pela sua geografia, eram utilizados pelos Incas para a agricultura (principalmente o cultivo de milho) e para práticas religiosas.
Visitando essas localidades com um bom guia, será possível compreender o modo de viver dos Incas, como as suas incríveis técnicas de construção, sistema de irrigação, organização da sociedade e religião.
Roteiro do primeiro dia
No primeiro dia de tour pelo Vale Sagrado, em carro próprio, visitamos ao todo 7 sítios arqueológicos, uma igreja e um museu.
O passeio foi feito na seguinte ordem:
⨷ Tipon
⨷ Laguna Huacarpay
⨷ Pikillaqta
⨷ Andahuaylillas
⨷ Almoço
⨷ Pisac
⨷ Tambomachay
⨷ Puka Pukara
⨷ Q’enqo
⨷ Saqsayhuaman
O tour durou o dia inteiro (das 8h às 17h) e pegamos tempo aberto com sol, céu nublado e chuva. Por isso, é importante estar preparado com algum guarda-chuva ou capa de chuva, além de casaco e repelente.
Locais visitados
Embora, à primeira vista, pareça tudo igual, cada sítio tem a sua característica própria, sendo que alguns são, inclusive, pré-Incas. Imagine o Império Inca foi de 1438 a 1533, mas que nessa região habitaram povos muito mais antigos, como os Wari (Huari), que viveram por lá aproximadamente no ano 500 d.C.
********************
Os nomes dos sítios aqui referidos estão escritos exatamente como consta no boleto turístico.
********************
Tipon
O primeiro lugar que visitamos chama-se Tipon que, segundo o nosso guia, foi construído depois dos Incas se certificarem que ali havia água. De acordo com ele, antes de se estabelecerem em qualquer lugar, os Incas inicialmente procuravam água, depois faziam o sistema de irrigação, para então construir uma cidade.
Em uma linguagem bem simples, podemos dizer que nesse local os Incas escavaram o morro fazendo degraus e o mais incrível disso tudo é que cada degrau tem uma variação de 1 grau na temperatura.
Em Tipon podemos ver claramente o complexo sistema de irrigação que se mantém até hoje, sendo abastecido com a neve derretida dos Andes.
Outra informação que nos deixou impressionados foi em relação à técnica Inca de construção dos muros. As pedras eram encaixadas umas nas outras, como pecinhas de lego! Além disso, os muros Incas eram inclinados, de forma a possibilitar uma maior estabilidade.
Laguna de Huacarpay
Após essa primeira aula sobre a cultura Inca, continuamos o passeio em direção ao segundo sítio, quando vimos uma paisagem digna de papel de parede para computador: a Laguna de Huacarpay.
Maravilhados com aquela vista, resolvemos parar para tirar algumas fotografias, sem saber que a veríamos novamente no próximo local.
Pikillaqta
Poucos minutos depois, estávamos no Parque Arqueológico de Pikillaqta, o segundo sítio visitado nesse roteiro. Foi um dos principais centros administrativos-cultistas da cultura Wari, povos pré-Incas que utilizavam outra técnica de construção. Os muros de Pikillaqta, feitos de pedra, barro e gesso, são retos, diferentemente dos muros inclinados dos Incas.
Depois de toda a explicação do guia, saímos experts em reconhecer se uma construção é Inca ou não!
O guia explicou que a palavra Pikillaqta vem do quechua “piki” (um tipo de pulga) e “llaqta” (cidade), sendo entendida como a “cidade das pulgas”, sinônimo de cidade pequena.
Como a cidade era toda murada, vemos corredores de pedras por quilômetros, todos não muito altos, o que é uma característica dos Wari.
O que só descobrimos lá é que havia uma espécie de mirante para observação de aves direcionado para a linda Laguna de Huacarpay, de onde pudemos contemplá-la mais uma vez! Mas não lembro de ter visto aves por lá, rs.
Pegamos o carro e nos dirigimos a outro ponto do parque: a Portada de Rumiqolqa, uma barreira alfandegária que controlava a entrada e saída de Cusco.
Andahuaylillas
Continuando o passeio, seguimos em direção ao distrito de Andahuaylillas, onde visitamos a sua maior atração: a Iglesia de San Pedro Apóstol de Andahuaylillas, considerada a “Capela Sistina da América”.
Pertencente à Rota Barroco Andina, promovida pela Companhia de Jesus, a igreja de Andahuaylillas é realmente uma obra de arte, imperdível para aqueles que gostam de visitar igrejas e apreciam a arte sacra. Nós adoramos!
A entrada custa 15 soles por pessoa e recebemos um folheto e um CD com fotos das igrejas da Rota Barroco Andina. Com este ingresso, é possível visitar ainda mais duas outras igrejas da rota, mas que infelizmente não conhecemos.
Ao lado da igreja, há o Museo Ritos Andinos, um museu pequeno e pouco interessante, mas que custa tão pouco, que acabamos visitando porque estava lá do lado.
Recebemos umas cervejas diferentes de boas vindas e, por não ser apreciadora da bebida, não sei nem dizer se é boa ou não. Eu não gostei.
Nesse museu, descobrimos que existem milhares de espécies diferentes de milhos de diversos tamanhos e cores. Até milho preto nós vimos durante essa viagem pelo Peru!
Aprendemos também um pouco sobre os rituais e oferendas dos povos andinos, repletos de comidas e ossos humanos.
Dentre tudo que estava exposto, o mais bizarro era o esqueleto que diziam pertencer a um “alien“.
De qualquer forma, valeu a visita, pois, do contrário, ficaríamos sem saber o que tinha por lá e depois poderíamos nos arrepender.
Valor do ingresso: 3 soles
Após passearmos por Andahuaylillas, o nosso guia nos levou para almoçar em um restaurante chamado “La Hacienda”. Era um local bem simples e com comida caseira, mas nada excepcional.
Pisac
O Complexo Arqueológico de Pisac concentra não só ruínas Incas e pré-Incas, mas também um mercado de artesanato muito famoso (parece que funciona a todo vapor nos domingos). Segundo o nosso guia, encontramos facilmente todos os artigos do mercado de artesanato em Cusco e nas outras cidades por onde passamos.
Com pouco tempo (faltava visitar ainda mais 4 sítios), resolvemos nos contentar com a pequena feirinha de artesanato que fica na entrada do parque.
Duas coisas chamam a atenção em Pisac:
– Os cortes feitos na montanha, formando verdadeiros degraus de grama;
– Os buracos nas montanhas usados como urnas funerárias de corpos mumificados – nossas fotos das urnas não ficaram muito boas 🙁
O que impressiona em Pisac é a sua localização: 3.448 metros acima do nível do mar, local estratégico para defesa contra possíveis invasões. No aspecto religioso, os Incas acreditavam que, quanto mais alto, mais perto de Deus eles estariam. Em Pisac, eles estavam quase chegando lá!
Veja também: Roteiro de viagem de carro pelo Peru
Tambomachay
E quando a gente achava que já tinha ido alto demais, chegamos a Tambomachay, sítio situado a 3.765 metros de altitude. Haja fôlego!
Tambomachay vem da palavra quechua “Tampumachay”, que significa “lugar de descanso”, destinado ao culto à água. Não é a toa que vimos um incrível sistema hidráulico desenvolvido pelos Incas que flui pelos aquedutos há muitos e muitos anos.
Esse foi o sítio que passamos menos tempo porque começou a chover na hora que estávamos por lá e ainda precisávamos conhecer o próximo sítio, mesmo que debaixo de chuviscos.
Puka Pukara
Aumentando o passo para conhecer Puka Pukara antes que pudesse cair um temporal, conseguimos ter tempo para dar uma volta pelas muralhas dessa fortaleza militar conhecida como a “fortaleza vermelha”, denominação que vem do quechua “puka”, que significa vermelho, e “pukara”, fortaleza.
Com uma enorme nuvem cinza pairando sobre a gente, não havia muito tempo para ficar pelo sítio, pois visitaríamos ainda mais dois lugares! Mesmo assim, deu para ter uma noção geral da estrutura do local.
Q’enqo
Correndo não só da chuva, mas também dos ônibus lotados de turistas, chegamos a Q’enqo, um sítio formado por pedras onde eram realizados sacrifícios religiosos. Ele é formado por um anfiteatro semi-circular e algumas galerias subterrâneas.
Um dado curioso é que pelo labirinto há uma espécie de caverna que conserva a mesma temperatura todos os dias, não sofrendo interferência dos raios solares. Segundo o guia, essa temperatura regular é perfeita para os processos de mumificação realizados dentro da rocha.
Por ser um sítio pequeno, a visita não demora muito e de lá já seguimos viagem até o último sítio a ser explorado naquele dia.
Saqsayhuaman
Diante da dificuldade em pronunciar o nome Saqsayhuaman, o nosso guia gente fina tratou de simplificar – basta falar: “Sexy Woman”, disse ele!
Sorte nossa que tivemos a oportunidade de visitá-lo por último, pois o local é tão imponente, que acaba ofuscando os demais sítios visitados.
Saiba mais: Documentação para viajar ao Peru de carro
Talvez um dos mais importantes sítios do Vale Sagrado, essa grande fortaleza foi construída com pedras ENORMES, cuidadosamente polidas pelos milhares de “trabalhadores” que ajudaram a edificá-lo.
O grande enigma é saber como os Incas tiveram a capacidade de transportar e polir pedras que pesavam toneladas!!! Os muros de Saqsayhuaman são feitos de rochas muito, mas muito grandes e perfeitamente encaixadas. Se é difícil imaginar tamanha engenhosidade nos dias de hoje, imagine que as obras foram realizadas há mais de 500 anos!
E bem do ladinho do sítio, há um mirante com uma estátua de Cristo no alto e com uma vista interessante de Cusco.
Esse primeiro circuito pelo Vale Sagrado foi um dia de muito aprendizado sobre a cultura dos povos que ali habitavam. Acredito que nunca mais teremos dificuldade de afirmar se um muro é Inca ou não!
Quanto custou?
O passeio pelos sítios do Vale Sagrado varia muito de agência para agência e depende muito do tipo de passeio (excursão ou tour privado) e quantos sítios a pessoa pretende conhecer.
Como estávamos no nosso carro, conseguimos um guia para ir junto com a gente (4 pessoas + 1 guia).
O valor cobrado foi de U$ 70 por dia e rateamos esse valor entre todos pagando cada um U$ 17,50 para cada dia. Por uma questão de gentileza e por termos gostado do seu serviço, bancamos também o almoço dele, que no restaurante acima citado saiu por 18 soles por pessoa (um pouco menos de 18 reais).
********************
Caso tenha interesse em contratar o mesmo guia que a gente (recomendamos muito), segue o link do Facebook dele. Guia especificamente para a região de Cusco.
********************
Leia também:
- Restrição de horários para visitar Machu Picchu
- Documentação para viajar ao Peru de carro
- Peru de carro: roteiro de viagem
- Informação importante sobre o Vale Sagrado dos Incas
- Vale Sagrado dos Incas: Chinchero, Moray, Salineras de Maras e Ollantaytambo
- Machu Picchu: quanto custa e como chegar
- Dica de hotel em Cusco
- Diário de viagem: viajando de carro pelo Peru
Organize sua viagem com a gente:
Imprevistos podem acontecer e nada melhor do que ter uma boa assistência médica no exterior caso seja necessário. Faça a contratação com a gente e escolha o melhor SEGURO para as suas necessidades - utilize o cupom de desconto exclusivo para leitores do blog! Digite: p101p ao final da contratação.
Reserve seu hotel agora através do nosso link de afiliado do Booking.com. Algumas reservas podem ser canceláveis – verifique as regras antes de efetuar a sua. Você não paga nada a mais e ainda ajuda o Projeto 101 Países!
Saia do Brasil com um chip internacional que tem cobertura em mais de 165 países! Você recebe o seu chip do omeuchip em casa e viaja conectado.
Alugue um carro pagando em reais e sem a incidência de IOF. Faça uma comparação dos valores de aluguel de carro pelo mundo com a Rentcars e escolha a melhor opção para você.
Compre ingressos para passeios e atrações turísticas em diversos países – evite filas!
Aqui você encontra passagens aéreas com as melhores taifas. Garanta já a sua!
Cada vez que você contrata algum desses serviços por aqui, você está ajudando a manter o nosso blog. Gostou das informações encontradas aqui e elas estão lhe ajudando a programar a sua viagem? Que tal dar uma ajudinha?
Não vai viajar agora, mas gostou do que encontrou aqui? Faça um comentário aqui no post e deixe um blogueiro feliz! A sua opinião é muito importante pra gente
Oi, Gabriela! Parabéns pelos posts, tem me ajudado muito. =)
Eu e meu marido vamos ao Peru em junho. Em nossas viagens gostamos de ficar livres e não optamos muito por guias (por isso, devoro a internet e estudo tudo antes de ir rsrs). Minha dúvida é: conseguimos alugar um carro em Cusco para fazer esses passeios pelo Vale Sagrado? É tranquilo dirigir lá e, é tranquilo encontrar os locais sem guia? Corremos o risco de ficarmos perdidos? Hahaha, digo, há sinalização para os locais e tal?
Muiiiito obrigada!
Um beijo pra vc!
Olá! Tudo joia?
É tranquilo dirigir por lá sim, mas alguns locais foram mais fáceis de encontrar por causa do guia.
Caso não queiram, estudem bastante as rotas antes dos passeios.
Beijos e boa viagem 😉
Gabriela Moniz, boa noite! Você fala que o valor cobrado pelo guia foi de U$ 70 por dia, ok? Em que moeda você se referiu?
Olá!
Pagamos o guia em dólares americanos.
Abraços
Vocês contrataram o guia em Cusco , colocaram ele no carro e ele foi guiando vcs?
Sim!
Olá Gabriela!
Seus posts estão muito gostosos e interessantes de ler, parabéns! ☺
Você vai fazer algum sobre a ida a Machu Picchu? Englobando sobre a compra de ingressos e outras coisas?
Espero que sim! Estou pretendendo ir para lá de carro também e saindo de Manaus, mas ainda estou reunindo informações e a sua série é a mais atual que encontrei
Olá, Calabelle! Tudo bem?
Sim, irei escrever mais postagens sobre o Vale Sagrado e tudo sobre a nossa ida a Machu Picchu. Tive que dar uma parada nos posts sobre o Peru porque acabei de retornar de uma viagem a trabalho para divulgar o Canadá e tenho alguns artigos para escrever sobre o país. Mas aos poucos vou intercalando postagens sobre o Peru com as do Canadá por aqui. Você já tem uma data da viagem?
Caso tenha interesse, pode assinar para receber todos os nossos posts por email.
Beijos e muito obrigada pela mensagem 😉
Aaah que bom saber que virão mais posts! ☺
Até então pretendo ir no mês de agosto desse ano, por isso já estou começando a planejar, porque vai ser uma viagem bem longa.
Onde eu consigo assinar pra ver quando as próximas postagens forem publicadas?
Sim, já estou programando o próximo post para breve!
Você pode se inscrever na nossa newsletter. Se estiver acessando pelo computador, na página inicial, você verá a caixa “newsletter” acima da caixa do Booking.com. Basta incluir seu email, colocar o código solicitado e depois autorizar através de um link que você receberá por email (se o email não chegar, verifique no spam).
Qualquer dúvida, me avise. Poderei te ajudar caso sinta dificuldade.
Abraços
Que lugares tão interessantes! Achei fantástico o nome de “cidade das pulgas” 😀 Sem dúvida que com um guia a visita fica muito mais rica, em especial se o guia tiver mesmo conhecimento sobre o sítio e a cultura, e que consiga explicar tudinho de forma clara. É bem bom quando se encontra um assim 🙂
Olá, Catarina! Tudo bem?
Essa viagem de carro pelo Peru foi fantástica! Aprendemos tanto sobre os povos andinos, especialmente os Incas. Com certeza que o fui foi essencial para que compreendêssemos a rica história desse país incrível que é o Peru 😉
Os sítios eram muito interessantes, inclusive o da cidade das pulgas, que era pré-Inca.
Abraços