Rondônia: turismo na capital Porto Velho

Rondônia: turismo na capital Porto Velho

Porto Velho, capital do estado de Rondônia, tem uma população de pouco mais de meio milhão de habitantes e surgiu no início do século XX, em razão da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM). A população da cidade é uma grande mistura de pessoas de várias partes do Brasil, que para lá se mudaram não só na época da construção da ferrovia, mas também para as obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio.

Quem chega pelo Aeroporto Internacional de Porto Velho – Gov. Jorge Teixeira, situado a aproximadamente 7km do centro da cidade, terá facilidade de locomoção, caso se desloque do aeroporto até a cidade de táxis, que não utilizam o taxímetro, e sim uma tabela com valores fixos para cada região da capital.

Apesar de não ser uma capital turística, é um destino muito procurado por turistas de outros países, que buscam as belezas da Amazônia e se aventuram nas viagens de barco até Manaus, que duram 3 dias.

Como Porto Velho é a capital do país com a maior área territorial, sendo a única que faz fronteira com outro país (a Bolívia), há muitas belezas naturais envolvendo a vegetação amazônica e muitas cachoeiras. Entretanto, até o momento conhecemos apenas a parte central da cidade e alguns poucos locais não muito afastados.

Vamos conhecer alguns pontos turísticos da capital?

Começamos pelo Mercado Central, com sua variedade de produtos locais, como vários tipos de farinhas, gomas da tapioca, castanhas, além das frutas amazônicas, tais como açaí, cupuaçu, urucum, guaraná, pupunha, dentre tantos outros. No mercado, você encontrará também uma diversidade de peixes da região, como tambaqui, dourado e piranha; remédios naturais e artesanato local.

Mercado Central Porto Velho

A entrada do Mercado Central de Porto Velho

PVH Mercado Central

Diversidade de produtos regionais

Não é um mercado muito grande e carece um pouco de estrutura turística, mas é uma ótima oportunidade de conhecer de perto alguns produtos amazônicos, que, apesar de populares em outras partes do Brasil, são consumidos de forma completamente diferente pelos rondonienses. Um exemplo é o açaí, muito conhecido nacionalmente por ser servido na tigela com frutas, cereais e leite condensado, mas que no estado é consumido na comida do dia a dia, sendo que eles utilizam o açaí puro, aquele que acabou de ser extraído, acompanhando o peixe ou misturado na farinha de mandioca, mais precisamente farinha d’água (uma farinha mais grossa), um pouco de açúcar e de água.

Mercado Central PVH

Produtos vendidos no Mercado Central e a foto do urucum, fruto usado originalmente pelo índios brasileiros como tintura vermelha, que protege a pele do sol e de insetos

Frutas exóticas mercado central PVH

Pupunha é uma fruta utilizada por populações da América Central e habitantes da Floresta Amazônica – antes de consumida, ela é cozida na água e sal e depois comem com pão, fazem sorvetes, sucos, etc.

O Mercado Central está situado bem na frente da sonhada Estrada de Ferro Madeira Mamoré, a primeira grande obra de engenharia feita pelos Estados Unidos fora do seu país e que tinha, como objetivo principal, o escoamento de diversos produtos, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, quando a ferrovia teve um papel relevante no transporte da borracha, muito utilizada na produção bélica durante esse período.  Por causa do grande número de mortes dos trabalhadores durante a sua construção, ela ficou conhecida como a Ferrovia do Diabo e foi uma grande referência do ciclo da borracha.

O curioso de toda essa história é que, já no final da Segunda Guerra, muitos brasileiros tinham apenas duas opções: ir lutar com os Aliados, principalmente na Itália, ou ir para o Norte do Brasil trabalhar como seringueiros, ficando conhecidos como soldados da borracha. Não sabiam eles que esse segundo caminho seria muito mais mortal que a própria guerra.

Estrada de Ferro PVH

Resquícios da EFMM

Apesar de todo o empenho em sua construção, a estrada se estendeu por mais de 300km Amazônia adentro, ligando Porto Velho ao município de Guajará-Mirim, que também fica na fronteira com a Bolívia. Infelizmente, o sonho de Marechal Rondon e Percival Farquhar (os grandes idealizadores da ferrovia) parou por aí. Hoje a EFMM está completamente parada, mas ainda podemos ver os antigos vagões, que são as poucas lembranças daquele período tão importante para a história do Brasil.

Trem EFMM

Os vagões viraram atração turística da cidade

A cidade está situada nas margens do Rio Madeira, o maior afluente do Rio Amazonas, com suas águas que vêm dos Andes, arrastado muitos sedimentos e, por isso, a sua cor marrom escura. Na EFMM, há um deck de madeira com uma vista legal do rio, de onde saem barcos oferecendo passeios turísticos, com valores a partir de R$10. No mesmo lugar, há também um galpão com várias barraquinhas que vendem artesanato local.

O deck de madeira nas margens do Rio Madeira

Rio Madeira PVH

Barcos que levam aos passeios pelo rio

É nas margens do Madeira onde podemos contemplar paisagens belíssimas do por do sol, onde o céu fica com uma cor incrível! Já fomos algumas vezes a uma rua sem saída (Rua Senador Álvaro Maia), bem no final da tarde, para ver o sol se por  e confesso que fiquei encantada com aquela paisagem!

Por do Sol no Rio Madeira

Tarde nas margens do Rio Madeira

PVH Por do Sol

Imagens do por do sol

Por do Sol PVH

Olhem a cor do céu!!!!

Próximo à região da EFMM e do Mercado Central estão situadas as Três Marias, que são 3 caixas d’água consideradas símbolo da cidade e que foram trazidas dos Estados Unidos no início do século XX com a finalidade de abastecer a cidade com água potável, funcionando até o fim da década de 50.

Caixas D'água Porto Velho

Os cartões postais de Porto Velho

Andado pelo centro da cidade, encontramos o histórico Palácio Presidente Vargas, antiga sede do governo de Rondônia e que hoje abriga o Museu Palácio da Memória Rondoniense. Na frente desse edifício está localizado o mercado cultural, um espaço destinado a eventos culturais. Quando lá estivemos, o Palácio Presidente Vargas ainda funcionava como sede do executivo e o mercado cultural estava fechado.

Palácio Getúlio Vargas

Palácio Presidente Vargas

Um pouco mais distante do centro, encontramos a histórica Vila de Santo Antônio, escolhida como estação inicial na EFMM,  onde implantaram a Hidrelétrica de Santo Antônio. Podemos ver a antiga Capela de Santo Antônio de Pádua, que teve sua obra concluída em 1914 e que é um ponto turístico importante da região. Além da capela, podemos ver o Obelisco do Centenário da Independência do Brasil (1922) e visitar um recém inaugurado Centro Cultural Indígena, que abriga uma série de fotos e objetos que contam a história de Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon e responsável pelo nome dado ao estado de Rondônia.

Capela de Santo Antônio de Pádua

Centro Cultural Indígena

O Centro Cultural Indígena

No Centro Cultural Indígena tivemos a oportunidade de nos aprofundarmos na épica história do desbravador Marcehal Rondon, um grande sertanista brasileiro, responsável por ligar, por meio telegráfico, dois “Brasis” que não se comunicavam: o Brasil do litoral com o Brasil do sertão. O curioso é que no final do século XIX, o litoral brasileiro tinha comunicação com Portugal, mas não tinha com o interior do próprio país! E esse foi um dos grandes feitos de Marechal Rondon, que percorreu cerca de 77000km (quase duas voltas em torno da terra) explorando o sertão brasileiro, sendo que uma grande parte da sua expedição teve a companhia do ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt.

Nas expedições que avançavam por terras indígenas, Rondon pregava a paz e, segundo relatos, quando atacados por índios, a ordem era: “Morrer, se preciso for; matar, nunca!”.

Centro Cultural Indígena Fotos Marechal Rondon

Fotos da expedição de Marechal Rondon por terras indígenas

Fotos no centro cultural indígena

A época da extração da borracha

Floresta Amazônica PVH

A vegetação amazônica que rodeia o Centro Cultural Indígena

A 39km do centro de Porto Velho, conhecemos a Vila Nova de Teotônio, formada por famílias ribeirinhas e onde locais costumam ir nos finais de semana para pescar. Lá podemos ter um contato maior com a linda floresta nativa e andar por cima de um píer sobre o rio.

Teotônio

Píer na Vila Nova de Teotônio

Nova Teotônio

Em contato com a natureza! Foto tirada pelo nosso amigo Leonardo Valério 

Porto Velho é uma cidade com ótimas opções gastronômicas, tanto da culinária regional quanto a cozinha internacional. Vamos indicar locais testados e aprovados por nós!

Casa do Tambaqui: o restaurante que mais gostamos na cidade e que tem como especialidade o peixe tambaqui. Serviço de primeira, comida deliciosa e ambiente MUITO agradável (nos finais de semana, há fila de espera na porta)! Indicamos a costela de tambaqui na brasa.

Dudu D’Licia: o melhor hambúrguer de Porto Velho! Na verdade, esse foi o melhor hambúrguer que já comemos na vida!!! Sem exageros!!! E olhem que comemos muito pouca carne no dia a dia, e uma das exceções é justamente o Dudu D’Licia. Além do excelente atendimento, preço camarada e comida farta, você ainda tem a oportunidade de ver a sua comida sendo feita na sua frente. Infelizmente soubemos que o local não está mais funcionando.

Jarude: casa especializada em comida árabe, com um cardápio variado e com ótimas opções! Nossos favoritos são os kebabs e as sobremesas da casa. Ambiente aconchegante e ótimo serviço!

San Gennaro: restaurante italiano de primeira, que serve ótimas pizzas e pratos de massa deliciosos! Excelente atendimento e ambiente aprazível.

Emporium: um bar e restaurante localizado na conhecida “Calçada da Fama”, uma rua conhecida pela vida noturna e onde há muitos outros bares e restaurantes. O Emporium é um ambiente animado, com música ao vivo e aperitivos deliciosos, dentre eles, a isca de filé, servida com uma cesta de pães.

Burger Grill: uma lanchonete que prepara hambúrgueres muito bons também! As carnes têm aquele sabor delicioso de churrasco e as porções são muito bem servidas e acompanhadas de molho de maionese temperada. Os de filé de picanha são os nossos favoritos.

Porto Velho pode não ser um destino turístico, mas não podemos negar que há lugares históricos para visitar e excelentes opções gastronômicas para todos os gostos e bolsos! Para conhecer os lugares mais afastados que mostramos aqui, sugerimos o aluguel de carro.

Por fim, gostaria de agradecer a todos os amigos que nos receberam com muito carinho em Porto Velho, nos mostrando o que a cidade tem para oferecer, apresentando a novos restaurantes e incentivando a cultura e turismo na capital. Agradecimentos especiais a Leonardo e Luísa, Nayme e Maria Eugênia, Fernando e Lorena, Pâmela, André e Fernanda,  Laís, Chorão, Lívia e outros tantos amigos e conhecidos que fizemos em PVH!

* Moramos em Porto Velho de abril de 2015 a outubro de 2016.

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Ama animais, viagens e gastronomia, sempre tentando conciliar suas três paixões. Andou por mais de 60 países e está sempre programando a próxima viagem. O destino? Depende das promoções de passagens aéreas!

14 Comentários

    • Fico feliz em saber que gostou!
      Não esperava que esse post tivesse tido tantos compartilhamentos nas redes como teve 😉
      Beijos e muito obrigada por ter nos apresentado lugares legais em PVH!

      • Olá Boa Noite Gabriela….
        Sou o João Brito, que guiou vocês no Palácio Rio Branco. Estou esperando vocês escreverem sobre o Acre.rsrsrs.
        Forte abraço!

          • Olá, João! Acabamos de publicar a postagem sobre o nosso passeio em Rio Branco.
            Gostaríamos de agradecer pela participação, pois a visita ao Palácio Rio Branco foi fundamental para que entendêssemos mais a história do estado 😉