Quando programamos uma viagem para o outro lado do mundo, uma das primeiras preocupações que surgem é sobre quais roupas levar para os países com costumes tão diferentes dos nossos. Para finalmente poder arrumar as malas e viajar sem preocupação é necessária uma pesquisa prévia sobre os hábitos de cada região. E é por isso que estamos aqui para falar sobre o código de vestimenta em alguns países.
Sabia que existem locais onde as pessoas não podem sair com qualquer tipo de roupa na rua como sairia se estivesse no Brasil? Em todos os países que visitamos no sudeste asiático, os turistas podem andar vestidos normalmente pelas ruas sem restrição quanto ao tipo de roupa, só que, em alguns lugares específicos (geralmente os templos religiosos) não podemos entrar com qualquer tipo de roupa. E logo na Ásia, onde há templos de cair o queixo, você tem que prestar muita atenção a este detalhe para não perder a oportunidade de visitar lugares únicos!
💡Dicas úteis:
- Durante a estadia no sudeste asiático, a depender da sua roupa, leve para os passeios uma mochila ou bolsa com algo para cobrir pernas e ombros, como calças, saias longas e lenços ou camisas de manga curta;
- Nos templos budistas, as blusas de alcinha, chamadas de spaghetti blouses, são as mais proibidas, juntos com saias, shorts curtos, decotes e barrigas de fora;
- Uma boa opção é comprar calças de algodão, bem populares entre os turistas que vão ao sudeste da Ásia. Essas calças são baratas e confortáveis – comprei 4 de diferentes cores!;
- Você pode comprar também aquelas calças que viram bermuda, pois são super práticas!
- Esqueça tênis ou sapatos fechados, pois é proibido entrar em vários templos com sapatos. Dê preferência a sandálias abertas e fáceis de tirar, como as famosas havaianas. Recomendo que leve um saco plástico para guardar as sandálias antes de entrar nos templos. Assim, basta guardar dentro da mochila;
- Por isso, indicamos também que tenha um pacote de lenços umedecidos para limpar os pés quando sair de cada templo, ou a sandália ficará imunda. Usamos os lencinhos e não nos arrependemos;
- Não havia papel higiênico nem sabão para lavar as mãos na maioria dos banheiros e nessas horas os lenços e álcool em gel ajudaram a manter a higiene rss;
- Falando em banheiro, como eles não usam papel higiênico e sim o chuveirinho, o chão fica totalmente molhado, ou seja, prepare-se para as poças de água no chão;
Após essas leves explicações, vamos tentar fazer uma divisão de países de acordo com a religião (de uma forma bem superficial) para você entender melhor o que quero dizer.
Ao todo, existem 11 países no sudeste asiático, dentre os quais conhecemos apenas 7. Mostraremos o que vestimos em cada um deles:
Índice
TAILÂNDIA – BUDISMO
A Tailândia é o país mais turístico dessa parte da Ásia e recebe milhões de turistas todos os anos, sendo grande parte deles europeus. Como essa região é muito quente, não tem como ficar passeando pra cima e pra baixo vestindo roupas pesadas, como calças jeans, por exemplo.
Na maioria dos templos, entramos de bermudas e camisas de manga curta e não me arrisquei em sair de shorts curtos ou blusas sem mangas para não ter que correr o risco de ficar trocando de roupa o tempo inteiro.
Veja o que vestimos na maioria dos templos:
A única exceção quanto à vestimenta foi no Palácio Real de Bangkok, onde há uma lista de restrição quanto às roupas dos visitantes. Logo na entrada, há uma placa informando o que é proibido, mas, se você estiver vestido em desacordo com as regras, não tem problema, pois é possível alugar roupas apropriadas.
Com exceção do Palácio Real, não tivemos que mudar as nossas roupas em mais nenhum outro templo. Entretanto, lembro que no Wat Pho (Templo do Buda Reclinado) havia uma placa proibindo a entrada de pessoas com camisas sem mangas ou shorts e saias muito curtos. Como eu estava de camisa de manga curta e bermuda na altura dos joelhos, entrei sem problemas.
Para mais dicas de Bangkok, veja também o post que preparamos: Roteiro de 3 dias em Bangkok
CAMBOJA – BUDISMO
Visitamos duas cidades no país: Phnom Penh, a capital, e Siem Reap, a mais turística, onde ficam os templos do complexo Angkor. As regras quanto às roupas são bem parecidas com as da Tailândia e basta vestir uma bermuda e uma camisa de manga curta.
Em Phnom Penh, vimos restrição quanto a isso no Palácio Real, onde pedem para que os visitantes não entrem de shorts e saias curtas, camisas sem mangas, decotes, barriga de fora e boné. Há uma placa na entrada com toda a recomendação:
Já em Angkor Wat, os turistas podem passear por boa parte do complexo de shorts e camisetas, mas vimos pessoas sendo barradas em alguns templos por causa de blusa de alcinha e shorts curtos.
Por via das dúvidas, fomos com as roupas que costumamos usar para visitar esse tipo de templo e levamos dentro da mochila mais alguma roupa por precaução. No caso de Fabrício, ele levou um par de calças dentro da mochila. Quanto ao meu caso, usei blusa de alcinha no segundo dia, mas levei um lenço para cobrir os ombros caso fosse necessário.
Para saber mais sobre o Camboja:
Camboja: uma história de guerra, sofrimento e renascimento
Angkor: a maior atração turística do Camboja
MYANMAR – BUDISMO
Esse foi o país de cultura budista que achamos mais tradicional quanto às roupas nos templos e o único onde tivemos que cobrir as pernas em boa parte deles.
Enquanto na Tailândia ainda era permitido entrar de bermuda em vários locais religiosos, em Myanmar tínhamos que cobrir as pernas.
Visitamos três cidades no país: Yangon, Mandalay e Bagan. Apenas em Bagan, a mais turística de todas, era permitido visitar os templos de bermudas e blusas sem manga. Mesmo assim, em dois dos templos que entramos, pediram apara que eu cobrisse meus ombros.
Como seguro morreu de velho, não tivemos problemas para entrar em nenhum local, pois sempre tínhamos nas mochilas roupas apropriadas para visitar esse tipo de lugar.
Para saber mais sobre Myanmar:
MALÁSIA – ISLAMISMO, BUDISMO, CRISTIANISMO E HINDUÍSMO
Já falamos bastante de países budistas, no entanto, no sudeste asiático, há também outras religiões, tais como o hinduísmo, cristianismo e o islamismo, que estão presentes na Malásia, mas, na verdade, a constituição do país declara o islamismo como religião oficial.
Dentre os locais que visitamos, alguns se destacaram pela obrigatoriedade de roupas diferentes:
Na mesquita As-Syakyrin, tive que usar uma roupa que cobre pernas, braços e cabeça e Fabrício precisou apenas vestir as calças. Na mesquita Masjid Negara, também há essa obrigatoriedade, mas não conseguimos visitá-la por dentro porque chegamos no horário das orações. Nas duas, há um local com roupas gratuitas disponíveis para as mulheres.
Já no Batu Caves, um local sagrados para os hinduístas, a restrição é para as mulheres, que não podem entrar de pernas de fora. Nestes casos, há pessoas alugando lenços para cobrir as pernas das visitantes.
Para mais dicas sobre a Malásia:
Dicas de turismo em Kuala Lumpur
SINGAPURA – BUDISMO, HINDUÍSMO E ISLAMISMO
Singapura é uma mistura do mundo todo em um só lugar! Devido à grande quantidade de pessoas de várias partes do planeta, são diversas as religiões praticadas no país, dentre as quais destacamos apenas as três citadas acima.
Tive que cobrir as pernas em dois dos locais que visitamos: Buddha Tooth Relic Temple e Sri Mariamman Temple. Entretanto, havia saias longas disponíveis gratuitamente para as visitantes.
Veja também:
INDONÉSIA – ISLAMISMO, BUDISMO E CRISTIANISMO
Embora o país garanta a liberdade religiosa, a Indonésia é o país de maioria muçulmana mais populoso do mundo. Além disso, nós visitamos Banda Aceh, uma cidade situada na ilha de Sumatra que é justamente a parte mais fundamentalista de todas.
Mas calma, não pense que as mulheres precisam andar todas cobertas não! Apesar de quase todas as mulheres usarem vestes de acordo com os costumes locais, vimos (poucas) mulheres que não cobriam o cabelo. Sem querer chamar muita atenção, resolvi sair de calças todos os dias e foi super tranquilo.
Para entrar nas mesquitas, homens devem estar de calças e mulheres com braços, pernas e cabelos cobertos. O detalhe é que faz um calor infernal naquela ilha e não imagino como seria andar toda coberta o dia inteiro. E como fiz para entrar nas mesquitas? Peguei a canga de praia e me cobri toda! Ficou estranho, mas foi o caminho que encontrei para conhecer os lugares sagrados.
Lá em Aceh a coisa é tão levada a sério, que até mesmo nas praias as pessoas devem estar vestidas de acordo com os costumes locais. Isso quer dizer que os homens não podem tirar as camisas e as mulheres não podem tomar banho de biquíni.
Bem, posso dizer que cometemos alguns pequenos delitos, pois fomos a uma praia deserta onde Fabrício tirou a camisa e eu fiquei de biquíni apenas na parte de cima, mas acabei tomando banho de mar de calças mesmo rss
Quer saber mais sobre Banda Aceh?
Banda Aceh: a cidade que sobreviveu ao tsunami
BRUNEI – ISLAMISMO
Este é o país menos visitado de todos que falamos até então. Na verdade, trata-se de um sultanato, já que é governado por um sultão, e a religião oficial do país é o islamismo. Como passamos apenas um dia lá, preferimos não nos arriscar nas roupas e saímos de calças de camisas de manga curta. Para entrar na mesquita, usei as roupas disponíveis para as visitantes.
Depois de ler tantos detalhes aqui, pode até parecer que é muito complicado se vestir para entrar nos templos religiosos na Ásia, mas acredite: é muito simples!
Basta ter na mochila:
Homens: um par de calças e camisa de manga curta;
Mulheres: um par de calças ou saia longa, camisa de manga comprida ou um casaquinho e um lenço (esses últimos apenas para as mesquitas, lembrando que há roupas para mulheres na maioria delas).
E você? Já viajou pelo sudeste asiático?
Vivenciou alguma situação de não ter entrado em lugar sagrado por causa da roupa?
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Excelente post, obrigada pelas dicas! Bjk!
Eu que agradeço pela mensagem 😉
Beijos
Não entendi a restrição à segunda calça, da esquerda para a direita, no desenho do palácio real de Bangkok, é porque a bainha está curta?
Olá, Dirceu! Tudo bem? Quando você enviou essa mensagem nós estávamos viajando pelo Peru de carro e com acesso muito limitado à internet. Desculpe a demora em responder.
Sim, a calça que você está perguntando é proibida por causa da bainha curta.
Abraços
Obrigado Gabi. Bermuda então nem pensar não é? Rs.
No Palácio Real de Bangkok não dá para usar bermuda de forma alguma! Mas eles disponibilizam roupas para aluguel.
Que post excelente e super completo! Gostei da dica do lencinho umedecido para limpar os pés ao sair dos templos!
Obrigada! Incrível a capacidade de ficar com os pés pretos nos primeiros minutos em cada templo rss
Esses lencinhos foram os nossos melhores amigos na Ásia 😉
Post super útil!!! Nada como fotos pra saber direitinho o que vestir!
😉
Adorei todos os looks dessa viagem.
Brincadeiras a parte, esse post é mais do que essencial para quem está com viagem planejada para o Sudeste Asiático. Eu tenho muita vontade de ir. Como será que eles recebem um casal de meninas? Será que rola muito preconceito?
Roupas frescas e de acordo com os costumes locais são essenciais para aproveitar uma viagem ao sudeste da Ásia. O pessoal lá é muito tranquilo e acho que são muitos abertos a todos 😉
Muito interessante esse post!
É bom ficar de olho nas restrições para respeitar a cultura e modos de um país e não me pareceu complicado fazer isso. A dica de mochila com alguns itens indispensáveis me pareceu excelente e prática 😉
É mais simples do que parece! Imagine ir para o outro lado do mundo e deixar de visitar locais muito interessantes por causa da roupa?
Achei esse post providencial! É realmente uma questão a ser considerada para poder fruir dos ambientes.
Parabéns e obrigada por compartilhar.
E essa questão da roupa é levada a sério em muitas partes da Ásia.
Ótimo post, Gabi! Não dá pra perder de visitar qualquer templo na Ásia por falta de conhecimento do dress code! Ainda irei para lá e vou levar suas dicas comigo. Obrigada!
Com certeza! Não dá para perder o passeio por causa de roupa, né?
Bjs
Obrigada pela informação! É sempre bom sabermos o que devemos ou não vestir.
Na Rússia também tive de tapar a cabeça e os ombros para entrar nas maior parte das igrejas ortodoxas. Pelos vistos, as restrições são muito parecidas ao sudeste asiático: nada de calções curtos nem blusas de alcinha!
Isso mesmo! As restrições para os templos religiosos são bem parecidas 😉