Situada na ilha de Bornéu, no sudeste da Ásia, Bandar Seri Begawan é a capital do Sultanato de Brunei, também chamado de Brunei Darussalam.
É um país tão pequeno e tão pouco falado que até poucos anos antes de irmos só “conhecíamos” uma pessoa que tinha ido lá: a apresentadora Glória Maria. É um lugar tão exótico, que a maior parte das pessoas que conversamos sobre essa viagem nunca nem ouviram falar no nome do país.
Índice
Dicas úteis sobre Brunei
Idioma: malaio (o mesmo da Malásia)
Moeda: dólar de Brunei (BND)
IDH: muito elevado
Fuso horário: + 11 do horário de Brasília
Clima: equatorial (muito quente)
Religião oficial: islamismo (a população islâmica no país é proibida de comemorar o Natal, podendo ser preso aquele que o fizer)
Vamos ver direitinho onde fica esse país?
Por que escolhemos Brunei?
A escolha em conhecer Brunei naquele momento foi uma questão de logística, já que estaríamos visitando países próximos e seria uma excelente oportunidade incluir o sultanato na viagem. Naquela altura, riscaríamos mais um destino exótico da nossa lista, ao lado de Porto Príncipe, Banda Aceh, Baku e Adis Abeba. Não conhece nenhum desses? Então clique nos nomes acima e aprenda mais um pouco sobre cada um, afinal, cultura nunca é demais!
Se você é mais um(a) “louco(a)” que gosta de conhecer lugares diferentes, segue mais uma seleção de países exóticos (pelo menos para o turista comum brasileiro) por onde passamos depois da visita a Brunei (pode clicar nos nomes para ler o que escrevemos sobre cada um): Myanmar, Irã, Chipre e Suriname.
Enfim, organizamos todo o roteiro, que deveria ter uma parada obrigatória em Kuala Lumpur, na Malásia, para tirarmos os vistos para Brunei. Em uma loja de um shopping em Kuala Lumpur, enquanto Fabrício procurava uma camisa oficial da seleção local, o vendedor estava interessado em saber o roteiro da nossa viagem. Quando dissemos que Brunei era o próximo destino a ser visitado, ele falou apenas uma frase: “Brunei is so dead” (“Brunei é tão morto”).
No dia seguinte, pegamos um voo direto da Malásia para Bandar Seri Begawan e, nos primeiros momentos, entendemos bem o que o vendedor da loja de esporte queria dizer. É verdade, a cidade é mortinha da silva! Difícil ver uma pessoa caminhando na rua.
O que fazer em Bandar Seri Begawan
Já sabendo dessa fama de “cidade sem agito e sem muitas coisas para ver”, programamos apenas um dia para conhecer Bandar Seri Begawan (embora hoje reconheça que deveria ter calculado melhor e ter ficado mais um dia). Não visitamos todos os pontos turísticos não só porque achamos a corrida de táxi muito cara (pagamos aproximadamente R$ 60 para andar 7km sem nenhum trânsito – do aeroporto ao hotel), mas também porque não vimos transporte público. Por isso, o deslocamento ficou meio complicado e a falta de tempo não ajudou. Um fato curioso é que só vimos mais uma pessoa fazendo turismo na cidade, e Brunei é tão pequena, que encontramos o mesmo rapaz mais duas vezes.
O ponto mais turístico do país é a Grande Mesquita de Omar Ali Saifuddin, a mais importante de Brunei e considerada a mais bonita da Ásia Pacífico. Tá vendo a primeira foto lá em cima? É da famosa mesquita, que leva o nome do 28º sultão de Brunei, Omar Ali Saifuddien III, o pai do atual monarca do país, o sultão Hassanal Bolkiah.
Esse grande cartão postal do país é uma construção recente, da década de 50, e representa a força dos islã no país. A cúpula dourada da mesquita foi feita de ouro puro.
Só para você entender a riqueza do sultão (o todo poderoso que manda no país), ele já foi considerado um dos homens mais ricos do mundo. Tão rico, que contratou Michael Jackson para tocar para o povo em comemoração aos seus 50 anos de idade.
Mas como nem tudo são flores, o país passou por um escândalo de corrupção envolvendo o seu irmão, que deu um rombo em uma das empresas estatais e deixou o sultão mais “pobre”. Hoje, sua fortuna é calculada em apenas uma dezena de bilhões de dólares. Pobre, né ?
A entrada na mesquita é gratuita e aberta a todos os visitantes. Entretanto, por ser um local religioso, existe um código de vestimenta, que impõe que homens não podem entrar de camisa sem manga e pernas de fora e as mulheres, além de ter que cobrir o corpo todo, devem também cobrir a cabeça. Todos devem tirar os sapatos antes de entrar. Não se preocupe se você chegar lá sem roupa apropriada, pois eles emprestam véus para as mulheres.
A mesquita é enorme (é difícil tirar uma foto dela toda), é o que há de mais importante no país e é muito bonita, principalmente durante a noite, quando fica toda iluminada.
Infelizmente, não era permitido tirar foto do interior, que é muito bonito, mas não tão chamativo quando o seu lado de fora.
Além da mesquita principal, há uma outra chamada Jame Asr Hassanil Bolkiah, mas não conseguimos chegar lá porque o caminho que procuramos no google maps (que passava pela rua Lebuhraya Sultan Hassanal Bolkiah) não tinha calçada para pedestres. Resolvemos percorrer outros locais e depois veríamos como chegar a essa mesquita. No final, acabamos desistindo por causa da dificuldade.
Passamos todo o dia andando pela cidade, debaixo de um sol escaldante e, ainda por cima, vestidos com “roupas comportadas”. Sendo o único dia em Brunei, não poderíamos correr o risco de perder a visita a um local importante por causa das nossas roupas.
Como falamos antes, o que chamou bastante a nossa atenção foi a falta de pessoas andando pelas ruas, que são tão calmas quanto as ruas de um condomínio de luxo de uma cidade brasileira.
Saímos do hotel e fomos em direção aos pontos marcados no nosso mapa, que incluíam, além da mesquita principal, algumas praças e parques.
Cruzamos uma ponte, chamada de Edinburgh Bridge, que passa por cima do rio Brunei e seguimos pela Jln Stoney, umas das principais ruas da cidade. Jln é a abreviação de jalan, que significa “rua” em malaio. Pode observar nas fotos seguintes que você não verá ninguém nas ruas. E olhe que fomos em um dia normal de semana (tanto que vimos movimentação apenas na porta de uma escola).
Visitamos a grande mesquita e seguimos em direção ao rio Brunei, onde encontramos o Mercu Dirgahayu 60, um monumento que supostamente foi dado pelo povo de Brunei ao sultão Haji Hassanal Bolkiah no seu aniversário de 60 anos. Esse monumento dourado representa o número 60 em árabe.
A praça onde está localizado o monumento, como todas as outras da cidade, é limpíssima e vazia. Inacreditável como a cidade é silenciosa. Você não houve barulho nem de carro nem de gente, rs.
Para falar que não interagimos com ninguém, esse foi o único local onde fomos abordados pelos barqueiros, que oferecem passeios de barco por Kampong Ayer, uma vila ribeirinha onde moram quase 40 mil pessoas. Uma volta de barco custava 1 dólar de Brunei, onde o turista poderia ver como são as casas em cima do rio e comprar artesanato local.
Saindo dessa praça no sentindo da Jln Sultan Omar Saifuddien (essa rua importante tem o mesmo nome da mesquita famosa), passamos mais uma vez por ruas e praças praticamente desertas. Fico pensando se a cidade é assim por causa do calor ou se é cultural mesmo.
A última esperança de ver algum movimento no Taman Jubli Perak (Parque do Jubileu) e para a nossa surpresa: não tinha uma alma viva por lá!!
A área do parque é muito ampla, o local é bem bonitinho e conservadíssimo. Será que alguém frequenta o parque? rss
O calor era tão insuportável, que acabamos voltando um pouco para o hotel para esperar o sol baixar. Já de noite, resolvemos fazer mais uma visita à mesquita principal para ver a sua iluminação.
Para variar, as ruas continuavam desertas, mas mesmo assim não dá para sentir insegurança, pois o país é rico e seguro. Você não sente um pingo de medo.
Se hoje voltássemos no tempo, programaríamos dois dias em Brunei. Não que um dia não seja suficiente, mas sem carro e sem transporte público com frequência, fica complicado ver as atrações mais distantes.
Outro fator que atrapalhou muito foi o calor em um país reconhecidamente islâmico, onde não me sinto confortável em sair de short ou vestido curto nem blusas sem mangas.
Para se ter uma ideia, o país aplica, em alguns casos, a sharia islâmica (quando não há separação entre a religião e o direito, sendo que as leis são fundamentadas no alcorão e nas opiniões dos líderes religiosos – ocorre em países mais fundamentalistas).
Apesar de tudo, é um país super tranquilo quanto às roupas, pois não vimos muitas pessoas com vestes islâmicas.
Assista ao nosso vídeo sobre o passeio de 1 dia que fizemos em Brunei:
Tudo bem que Brunei é “dead”, como diria o vendedor da Malásia, mas valeu a visita ao país mais silencioso que visitamos na vida!
Ficamos hospedados no Hotel Badi’ah e gostamos tanto das instalações quanto da localização. O hotel oferece transfer gratuito para o aeroporto (que só utilizamos na volta porque não ficamos sabendo antes).
Leia também:
Como tirar o visto para Brunei
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Nossa que lugar lindo! A Mesquita realmente impressiona de longe! Rs
E você esta certíssima, nunca ouvi falar de Brunei. E como assim ruas vazias. Uau.
Adoro que vocês trazem lugares ainda mais exóticos para nós! Fiquei muito chocada com a ausência de qualquer mínimo movimento neste lugar; não pode ser real, hehe… ao mesmo tempo, adorei o silêncio e a beleza da conservação dos lugares. Me encanta! 😉
Adorei o post. Eu nunca estive lá, mas já li bastante sobre. Vamos a algumas fofocas? O Sultão do Brunei é o homem mais rico do mundo, mas ele nunca entra nessas listas pq a sua fortuna se confunde com a fortuna do país… No final dos anos 1990 quando a filha dele se casou, ela desfilou em carro aberto (e aí sim havia gente na rua) cravejado de esmeraldas. Ohhhh e a festa foi animada por Michael Jackson, tsá meu bem?
Adorei o comentário: o país mais silencioso que já visitamos. 🙂
Muito legal!
Valeu! 😉
Vcs ganharam na loteria ? 101 países sae caro Hehehhe.quanto custou a passagem aérea pra chegar em Brunei ? Alimentação nas ruas ? Obrigado
Quem dera se ganhássemos na loteria kkkkkk
A gente passa a vida economizando para poder viajar!
Chegamos a Brunei a partir da Malásia, voando por uma companhia low cost chamada Air Asia.
Fizemos uma viagem baixo custo pra lá 😉
Abraços
Que diferente e interessante! Em Brunei já tinha ouvido falar bastante (coisas de gente louca por Geografia! rs), mas nunca tinha ouvido falar em “Bandar Seri Begawan”!
Aqui em casa também tem um doido por geografia que sabe quais são todos os países do mundo e suas respectivas capitais kkkkk
Claro que convivendo com uma pessoa dessa eu não poderia ficar sem saber pelo menos a maioria, né?
É, sem dúvida, um país diferente! Não ver ninguém na rua durante o dia deve ser uma experiência bem interessante. Gostava que alguns locais fossem mais assim, há sítios com tanta gente que é quase impossível dar um passo…
Isso é verdade, Catarina! Há locais que são insuportáveis pela quantidade de turistas.
Bem, esse problema não existe em Brunei rs
Olá casal .
Amei o poste, e gostaria de saber se hj e necessário de visto para turista para adentrar ao país ?desde já agradeço .
Olá! Tudo joia?
Sim, os brasileiros ainda precisam de visto para visitar Brunei. Aqui explico como tiramos o nosso: https://projeto101paises.com.br/como-tirar-o-visto-para-brunei/
Abraços e obrigada pelo comentário 😉