Amamentação em viagens: como é amamentar em outro país?

Amamentação em viagens: como é amamentar em outro país?

Amamentação em viagens: qual o desafio para as mulheres que viajam mundo afora com seus bebês? Será que é possível visitar um país árabe e continuar amamentando o filho em público?

A mãe que amamenta seu filho sabe de todas as dificuldades que esse ato tão natural pode trazer: desde a dificuldade em iniciar a amamentação (para muitas mulheres o início é muito dolorido) até o ato de amamentar em público, algo que nem todas as mães se sentem confortáveis, nem sempre por elas, mas pelas outras pessoas.

Infelizmente, em pleno século XXI, ainda existem pessoas, inclusive no Brasil, que acham feio, nojento ou obsceno o ato de amamentar. Por isso, muitas vezes causam mal estar àquela mãe que só está buscando fazer o melhor para o seu filho.

Como algo tão natural, próprio dos mamíferos, pode ser motivo de tanta discussão? Aqui, no Brasil, há um projeto de lei que garante o direito à amamentação em locais públicos ou privados sem que a mulher sofra constrangimento. Chegamos ao ponto de ser necessária uma lei para que a mulher possa amamentar o seu filho sem ser constrangida.

Se moramos em um país tão “liberal” como o nosso, onde o corpo feminino sempre foi super exposto, seja durante o carnaval ou até mesmo na televisão, qual o problema em se expor o seio enquanto a mulher alimenta a sua cria?

Agora imagine como deve ser amamentar em outro país. Será que é possível manter a amamentação em viagens? E se for em um país com a cultura muito diferente da nossa? Como fazer?

É justamente por causa de tantas dúvidas sobre a amamentação que eu tinha antes de viajar, que vou compartilhar com você a minha experiência.

Amamentação em viagens: como fazer?

Existe uma roupa ideal?

A minha dica de ouro para todas as lactantes viajantes é que tente viajar com blusas que auxiliem na amamentação.

Não precisa ser nada específico para quem está amamentando, mas que a blusa seja fácil de ser manejada durante a amamentação.

As que eu costumo usar em viagens são mais soltas na região do pescoço e eu não preciso subir toda a blusa para que o bebê possa mamar. Simplesmente eu abaixo a parte do blusa que está acima do seio (observe a foto abaixo).

Amamentando durante o safari no Kruger Park, África do Sul

Posso até sair sempre nas fotos com as mesmas blusas, mas na hora em que precisei amamentar o meu pequeno durante as viagens foi muito mais confortável e discreto estar com esse tipo de roupa.

Recomendo também que tenha sempre por perto um lenço para cobrir a área dos seios sempre que se sentir incomodada com olhares durante as viagens.

Como foi amamentar nos Estados Unidos?

Foi o primeiro destino do nosso pequeno viajante, na época com apenas 5 meses. Naquela altura, o nosso bebê se alimentava exclusivamente no peito e em livre demanda, nunca havia comido nada e nem bebido água. Apenas leite materno e no peito (sem mamadeira).

Se ele já estava acostumado a ser alimentado dessa forma, não havia motivos para fazer diferente.

Estivemos na Califórnia e no Arizona por quase 30 dias e o amamentei sempre que ele pedia e em qualquer lugar. E quando eu digo qualquer lugar é em qualquer lugar mesmo: no passeio pelo Grand Canyon, no museu em San Francisco ou em uma avenida de pedestres em Santa Monica. Se o meu bebê estivesse dando sinal de que queria mamar, eu o amamentava, afinal, o seio materno é alimento, segurança e aconchego. Ponto final.

Em San Francisco: carregando o filhote no sling

Assim como no Brasil, não usei nenhum paninho para cobrir a cabeça dele enquanto ele mamava. Simplesmente o amamentava como a coisa mais natural do mundo.

Mas o que sempre fiz, em qualquer lugar que fosse, era tentar ficar em algum local mais tranquilo para que ele não ficasse disperso.

A experiência de amamentar nos Emirados Árabes

O segundo destino com o nosso baby viajante foi Dubai. Lembro que, quando estava programando essa viagem, pesquisei muito na internet para ver se alguma mulher tinha passado pela experiência de amamentar em um país muçulmano. Não vou mentir que bateu uma insegurança, pois não tinha outra opção além do peito.

No alto do Burj Khalifa, em Dubai

Naquela viagem, o pequeno estava completando 9 meses, mas a base da sua alimentação ainda era o leite materno. Ele não comia muito bem e continuava sem aceitar o leite na mamadeira ou copo.

Na minha relação com meu filho, sempre ficou claro pra mim que o ato de mamar ia muito além de alimentação. Inclusive, quando viajávamos, ele mamava ainda mais do que em casa. Era a prova de que era uma forma de se sentir seguro fora do conforto da casa dele.

E como amamentar a criança em um país tão diferente do nosso?

Primeiro detalhe: os shoppings de Dubai têm uma super infraestrutura para quem está com bebê. Há banheiros próprios para ir com bebês em todos os cantos e com trocadores e poltronas de amamentação. Lembro que, quando estávamos passeando pelos shoppings, toda vez que o pequeno pedia, eu corria rapidinho para um daqueles banheiros super confortáveis.

E quando estávamos na rua? Sim, eu o amamentei em alguns locais públicos e tentei fazer da forma mais discreta possível. Uma vez foi na estação de metrô, colocando um paninho para cobrir qualquer parte do meu seio que pudesse aparecer. Fui para um canto e o alimentei.

Bebê mamando em Dubai

Teve bebê mamando em ponto de ônibus em Dubai

Algumas outras vezes eu precisei amamentar dentro do metrô. Como sempre voltávamos para o hotel de noite, o nosso filhote já estava super cansado e começava com aquele chorinho de quem queria mamar. Nesses casos, eu ia para o vagão exclusivo para mulheres e o amamentava tranquilamente.

Em nenhuma vez eu senti algum olhar estranho ou ouvi reclamação, mas não nego que, diferentemente do Brasil e dos Estados Unidos, eu tentei ser o mais discreta possível, afinal, eu tinha que respeitar a cultura alheia.

A amamentação no Egito

Depois do estágio nos Emirados Árabes, chegou a vez de visitar outro país muçulmano amamentando. Não tem jeito, sempre dá aquele frio na barriga de como será amamentar o pequeno em um local público em um país onde mostrar o corpo feminino não é visto com bons olhos.

Não vou mentir que o assédio no Egito é algo insuportável. E quando falo em assédio, não é só gente querendo vender alguma coisa não. É homem desrespeitando mulher mesmo.

Acredita que eu tive a infelicidade de ouvir um homem dizendo que “amava o meu corpo” enquanto eu estava passeando com meu esposo e carregando o meu bebê? Isso para não falar em outras situações onde outros homens me olhavam diferente mesmo eu estando acompanhada.

Não me senti nem um pouco confortável com esse tipo de receptividade egípcia e logo comprei uma echarpe para usar quando fosse preciso amamentar.

Todas as vezes em que o nosso bebê precisou mamar no Egito, seja no trem, avião, estação de trem, rua, museu ou seja lá o que for, lá estava eu sempre procurando um cantinho escondido e o amamentando com o pano por cima. A única exceção foi quando fiz o cruzeiro no Nilo e quase todos os passageiros do navio eram europeus: o pequeno foi amamentado como se estivesse no Brasil, sem paninho cobrindo a cabeça.

Amamentando no Egito

Amamentando no Templo de Luxor

Apesar do incômodo com o assédio geral, não me recordo de ter sido repreendida ou olhada de forma estranha pelo simples fato de estar amamentando.

Como foi amamentar na África do Sul e na Suazilândia?

Quando já estava com 11 meses, foi a vez do nosso pequeno viajante nos acompanhar em uma viagem de quase 20 dias por esses dois países.

Embora já estivesse com quase 1 ano, o menino ainda parecia um “bezerro”, rs. Comia muito pouco e trocava fácil qualquer coisa que déssemos para comer pelo peito. Se ele já não era “bom de boca” em casa, no dia a dia, imagine viajando.

Como falei antes, era justamente fora da zona de conforto que o meu seio virava o porto seguro do nosso bebê.

Passeando em Joanesburgo com o bebê grudado em mim!

Lembro de tê-lo amamentado até mesmo durante uma apresentação de um ex-detento na Robben Island, um museu que foi uma das prisões onde Nelson Mandela ficou preso.

Sempre que estávamos em algum museu ou ponto turístico, se notasse que ele queria o seio, aproveitava para amamentá-lo, pois assim evitava ter que fazer isso pelas ruas das cidades.

Assistindo a uma apresentação de música e dança na Suazilândia

Tanto na África do Sul quanto na Suazilândia foi super tranquilo amamentá-lo, mas eu sempre continuava tentando ser discreta e procurando algum cantinho mais calmo para alimentá-lo.

Mais uma vez, não me chamou a atenção nenhum olhar estranho.

Amamentando no Líbano

Mais uma viagem para o Oriente Médio e bebê ainda mamando! Não imaginava que o pequeno fosse tão longe na amamentação, mas no auge de 1 ano e 7 meses, o seio materno ainda era seu maior conforto durante as viagens.

Assim como em outras viagens, no Líbano não foi diferente! Teve muita pausa para o filhote mamar, a qualquer hora e praticamente em qualquer lugar.

Amamentação em viagens

Amamentado do lado de uma mesquita em Beirute

A vantagem é que o Líbano é um país super tranquilo quando o assunto é amamentação em viagens.

No geral, as pessoas têm a mente mais aberta e coisas que são proibidas ou não vistas com bons olhos em outros países do Oriente Médio, são ok por lá. Bebida alcoólica é vendida normalmente, muitas libanesas se vestem como nós, algumas usando até roupas curtas e super decotadas.

Acho que deu para perceber que a amamentação em viagens para países como o Líbano não é problema, né?

Os desafios de amamentar na Jordânia

A Jordânia foi o primeiro país onde a amamentação foi complicada. Jamais imaginaria que passaria por alguma situação complicada por lá, pois já havia visitado o Egito e os Emirados Árabes com o baby e até então tudo tinha sido ok no quesito amamentação.

Estávamos há 8 dias no país e eu sempre tomava cuidado ao amamentar o filhote, sempre usando um lenço grande para cobrir a área dos seios e não deixar nadinha à mostra.

Eis que um dia, enquanto estávamos visitando o sítio arqueológico de Jerash, resolvi sentar em um banquinho debaixo da sombra para que ele pudesse mamar e tirar um cochilo. Meu marido foi rodar o local e eu fiquei ali por quase uma hora com o pequeno.

Muitas pessoas passavam, algumas até olhavam sorrindo, outras não davam bola e até um policial passou por a gente sem se mostrar incomodado com nada.

Até que um homem alto, de meia idade, com um crachá de guia passa por a gente, fala “hi” e continua andando. Meio segundo depois ele decide voltar e fala com o seu inglês carregado: “It’s wrong to do it in Jordan” (É errado fazer isso na Jordânia) e aponta o dedo para eu amamentar meu filho em outro lugar.

Não vou mentir que aquilo me incomodou. Meu filho estava completamente dentro do lenço, nenhuma parte ao redor dos seios estava exposta e mesmo assim o cara se deu a trabalho de voltar para falar aquilo.

Amamentação em viagens Petra

Ele mamou muitas vezes durante a visita ao sítio arqueológico de Petra

Já era final de viagem, segui o barco e continuei amamentando meu pequeno na Jordânia (sempre usando o lenço como cobertura). Mas não vou negar que não consigo esquecer daquele cena do homem falando comigo para ir amamentar o Projetinho em outro lugar.

Amamentação em viagens: conselho para a mamãe viajante que ainda amamenta

Viaje! Leve sua cria e amamente sempre que o seu bebê necessitar.

Se possível, vista aquela blusa confortável e de fácil manejo para a amamentação e tenha um paninho por perto. Vai te ajudar até a se sentir mais confortável quando tiver que amamentar em locais públicos.

Se a sua viagem for para um país com cultura similar ao Brasil, não precisa ter grandes preocupações. Um olhar estranho será apenas um olhar estranho.

Mas se o destino for um lugar com uma cultura muito diferente da nossa, como um país de maioria muçulmana, tente sempre manter a discrição. Por isso que é importante ter uma roupa que ajude e um paninho sempre na bolsa.

Nunca se esqueça do mais importante quando viajamos com o nosso bebê: ele é a prioridade e precisamos nos desdobrar ao máximo para que a viagem seja prazerosa para toda a família. Se ele precisar mamar, que ele mame!

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Ama animais, viagens e gastronomia, sempre tentando conciliar suas três paixões. Andou por mais de 60 países e está sempre programando a próxima viagem. O destino? Depende das promoções de passagens aéreas!

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