Encontrar gatos passeando pelas ruas de cidades europeias é comum para o turista mais atento. Agora imagine estar apreciando um sítio arqueológico e notar um, dois, três, sete, quinze gatos??
Pois é, isso aconteceu conosco em 2008 em pleno centro de Roma.
Estávamos indo em direção à famosa Piazza Navona, cartão postal de Roma, quando nos deparamos com algo que mais parecia uma praça em um nível abaixo da rua. Sem acesso, parecia apenas uma vitrine histórica para quem quisesse apreciar sua beleza, não havia placas informando o que seria o local, apenas ruínas, arbustos e …. gatos! E quem quisesse contá-los, provavelmente se perderia nos números rapidamente. O local se chama Largo di Torre Argentina e é o local onde o imperador Júlio César foi assassinado em 44 a.C. (veja aqui).
Como somos apaixonados por gatos e por história, resolvemos dar uma volta pela grade que cercava a praça e encontramos uma pequena escada na esquina da Via Florida com a Via di Torre Argentina que nos levava a um ambiente que mais parecia uma caverna incrustada debaixo da rua.
Lá então vimos uma placa com uma indicação de que havia uma espécie de abrigo que cuidava de gatos e que proporcionava aos visitantes, gratuitamente, um pequeno tour pelo local diariamente às 16 horas. Olhei para o relógio e marcava… 15:45! Pronto, estávamos no lugar certo e na hora certa!
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Aviso sobre o abrigo gático
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| Um dos amiguinhos que fiz lá. Pelo jeito ficou com vergonha na hora da foto! (Segunda visita em Dez/2013) |
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| E mais gatos! |
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| GORDUCHA!! |
Resolvemos descer as escadas e descobrimos que aquela “gruta” era na verdade a sede da Gatti di Roma e era um misto de bazar, clínica veterinária e abrigo de gatos.
Ao entrar no local, fomos muito bem recebidos por senhoras que cuidavam dos gatos, além de jovens voluntárias. Os gatos eram os “reis do pedaço”, espalhados por cadeiras, mesas, chão, estantes. No pequeno bazar há camisas, aventais, porta copos, calendários, sacolas, ímãs de geladeira e mais um monte de coisas que são vendidas para ajudar os felinos.
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| Dentro do abrigo |
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| Gabi encantada com um amiguinho. (Segunda visita em Dez/2013) |
Gatti di Roma cuida dos mais de 250 gatos que vivem nas ruínas da Torre Argentina. Todos são castrados, vacinados e muitos colocados à disposição para adoção. Infelizmente, segundo a senhora que nos atendeu, é muito comum o abandono de gatos na época do verão, quando as pessoas decidem viajar e não têm com quem deixar os bichanos, preferindo o abandono. Outro grande problema lá seria a adoção de gatos brancos, pois como os italianos gostam muito de roupas pretas, a rejeição dos branquinhos é significativa.
Quando visitamos o local, havia uma gatinha sem os dois olhos que estava de “malas prontas” para Nova Iorque, moradia de seus novos “pais humanos”. Apesar de completamente cega, era uma gatinha bem carinhosa, que não parava de se esfregar na gente e querer subir no colo.
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| Gatinha cega que estava a caminho de NYC |
Ainda falando sobre o abrigo, lá dentro há um outro espaço separado por uma porta para evitar que os gatinhos que estão ali dentro saiam. São gatos que se recuperam de doenças, feridas e há também vários filhotes à espera de adoção. Para quem gosta de gatos, a entrada é simplesmente imperdível! Alguns te olham com aquela cara de “quem é você?”, outros nitidamente te dizem “meu deus, como você é macio! Deixe eu me esfregar em você!” e tem aqueles que pensam “quem é essa desgraça? Tire ele daqui porque eu quero dormir!”.
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| Tomando conta das latinhas de comida |
Compramos um ímã de geladeira e um pegador de panela para ajudar os gatinhos.
Em nossa volta a Roma em dezembro de 2013, eu já tinha em mente que faríamos a nossa segunda visita. E, assim como da primeira vez, ficamos encantados com o altruísmo daquelas pessoas que dedicam boa parte de seu tempo aos gatos e fizemos questão de trazer mais alguma coisinha como lembrança e como ajuda para o abrigo. Desta vez trouxemos outro ímã de geladeira que homenageia “Pepino”, um dos gatinhos ajudados pela Gatti di Roma.
Gabriela insistiu muito em fazer amizade com um gatinho que estava de mau humor e trouxe um arranhão na mão como souvenir de Roma.
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| Souvenir que Gabi trouxe de um gato que não estava muito à vontade com ela: arranhão de leve! |
Gosta de gatos?? Que tal visitar a Torre Argentina?
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